terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quando o extraordinário se torna cotidiano


No poder a 30 longos anos Hosni Mubarak, presidente do Egito, está por um fio em razão das multitudinárias mobilizações que sacodem as ruas do Cairo e de todo o país.

Em menos de 35 anos sua população passou de 40 para 80 milhões, que o transformou no mais populoso país do mundo árabe. Esse crescimento, entretanto, não trouxe melhorias de vida para o povo.

Mais de 32 milhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares Ocupa posição estratégica por deter o controle do Canal de Suez, por onde passam mais de 7% do tráfego marítimo mundial, por ser vizinho de Israel e por estar numa zona de transição entre Ásia e África. O Egito ferve diante da força do povo que exige a renúncia de Mubarak.

Nas eleições marcadas para setembro, o ditador de 82 anos queria passar ao seu filho Gamal Mubarak, o poder no país, mas o povo, com a força de sua mobilização, está mudando os planos dos Mubarak's.

As principais forças oposicionistas são a “Irmandade mulçumana”, responsável pela massificação dos protestos e a oposição dirigida por Mohamed El-Baradei, que namora com Obama e ao que parece com o próprio Mubarak (foi indicado pelo ditador para a AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica). Ademais voltou ao país só depois do início das manifestações que quase diariamente agitam a Praça Tahrir.

Na tentativa de conter os revoltosos, Mubarak trata de mudar alguns ministros, mas mantendo a essência autoritária de seu governo. O povo não se deixa enganar e exige a saída imediata de Mubarak, sem a qual não haverá acordo.

Certa vez Che Guevara afirmou que a revolução é quando o extraordinário se torna cotidiano. Bem, é isso que estamos assistindo no Egito. O povo nas ruas abala não apenas as estruturas de poder no Egito, mas toda a geopolítica da região. Não é a toa que Israel, EUA, Londres estão preocupados com o desenrolar dos fatos no Egito. A violenta repressão não diminuiu a intensidade dos protestos.

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