terça-feira, 11 de janeiro de 2011

INDIGNAR-SE AINDA ESTÁ NA MODA!


Ainda sabemos nos indignar ou estamos anestesiados a tal ponto que nada mais nos surpreende e revolta? Digo isso porque os jornais estampam, diariamente, absurdos tão grandes que o passar dos anos os torna corriqueiros.

Um dos exemplos mais recentes é o episódio da composição do governo Dilma. As chantagens dos partidos aliados, principalmente do PMDB, revelam o grau de promiscuidade na política brasileira.

Em outras épocas talvez houvesse certa restrição a expor, de forma tão aberta, os mecanismos de “pressão” por cargos no governo. O PMDB, insatisfeito com os cargos do segundo escalão, ameaçou não votar no salário mínimo de R$ 540,00 proposto pelo governo federal. Não por achar que este valor seja injusto, mas para pressionar a presidenta a ceder mais cargos ao PMDB.

Falam isso de forma aberta, como se normal fosse. Mas vale a pena pensarmos um pouco sobre isso.

O salário Mínimo foi instituído em 1940 com o valor de 24 mil réis, sua função era satisfazer as necessidades básicas de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte dos trabalhadores, uma reivindicação histórica da classe trabalhadora brasileira, presente inclusive na greve geral de 1917. Aplicando-se os critérios básicos de sua composição, o salário mínimo deveria ser, em novembro do ano passado, R$ 2.223,00, a se considerar os cálculos do DIEESE. Ou seja, quatro vezes o salário proposto pelo governo do PT para 2011.

Todos aqueles que são comprometidos com as causas dos movimentos sociais, criticam o arrocho salarial a que estão submetidos os trabalhadores e trabalhadoras em nosso país, diferentemente dos argumentos infames do PMDB. Esse partido, campeão de fisiologismo, está usando a miséria do povo para chantagear o governo por cargos.

Isso é uma imoralidade, uma provocação ao povo trabalhador, que deve ser denunciada e repudiada por todos nós. Ser contrário a um salário mínimo de R$ 540,00 é não apenas justo, é indispensável.

Nenhum comentário: