quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Nem tudo são mangas

Belém 395 anos. Comemoramos! A “Cidade das Mangueiras” ou “Cidade Morena”, orgulha a todos. Gostamos daqui. Nossas bocas coloridas com açaí, tucupi, maniçoba ou manga, sempre saberão recitar uma poesia, carimbó ou mesmo o brega nos identificam, nos fazem sentir pertencentes a essa cidade mulher, que ama seus habitantes tanto quanto é amada por eles.

Andar pelo Ver-o-Peso ou pela “feira da 25” (que vai permanecer feira da 25, ainda que tenham mudado inadequadamente o nome dessa via) para que nosso espírito se alegre. Meio índios, meio negros, meio portugueses, meio japoneses... mas inteiramente apaixonados. Belenenses naturais de Belém ou por ela docemente adotados.

Comemoremos o aniversário dessa jovem quatrocentona, que fervilha em uma miríade de atividades culturais e que transpira alegrias por todos os seus poros.
Mas nem tudo são mangas. Há que denunciar o abandono a que nossa cidade está submetida. A população sente na pele o que significa abandono. Falta saúde, transporte, educação, segurança, infra-estrutura, limpeza... Falta quase tudo. Mas não falta indignação.

O pseudo-prefeito Duciomar Costa sentiu a enorme rejeição pelos milhares de comentários no twitter, de que o melhor presente para Belém seria sua saída da prefeitura. O medo do povo impôs sua pressa e sua prioridade por eventos fechados, onde seu cerimonial controlava a freqüência.

Belém merece mais. Merece ter representantes autênticos de seu povo. Merece respeito. Aprender que a história não se desenvolve linearmente. Os avanços são sempre entremeados por derrotas.

Eleger Duciomar, ainda que tenha sido o respeito a uma vontade momentânea do povo, foi uma derrota do povo. Podemos afirmar isso com isenção política. As críticas a esse cidadão não são movidas pela paixão partidária, mas pela simples honestidade de perceber a vontade popular. Mas essa história ainda está sendo escrita.

Por hora cabe comemorar, cientes que ainda há muito que mudar e avançar. Parabéns a Belém e a todos os belenenses.

Fernando Carneiro

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