A igreja de Nossa Senhora da Penha de França, do alto de seus 382 degraus, parece chorar no morro da Penha. Lágrimas invisíveis por um povo que sofre sem fim. Hoje o complexo do Alemão virou notícia mundial em razão da espetaculosa ocupação do Morro do Alemão. Na verdade o morro é um conjunto de 13 favelas, assim denominado em razão da aquisição de terras, ainda na década de 1920, pelo polonês Leonard Kaczmarkiewicz, exilado da I Guerra Mundial. Popularmente apelidado de “alemão”, daí o nome de “complexo do Alemão”.
O mote da ocupação foi uma resposta à desastrosa tática dos traficantes de, aleatoriamente, incendiar veículos pelas ruas do Rio de Janeiro. O tráfico cometeu um erro estratégico ao tentar criar um clima de terror na cidade. A resposta veio na forma de uma verdadeira operação de guerra. Expressões típicas da linguagem militar como “conquista de território” e “dia ‘D’”, foram veiculadas à exaustão pela mídia, excitada ao extremo pela cobertura de nossa “guerra do Iraque”. Afinal os tanques estavam nas ruas para comprovar a tese da guerra. Mas estamos mesmo em guerra? De que guerra estamos falando?
Não podemos nos esquecer que o tráfico é uma rentável indústria capitalista. Os “traficantes” do “alemão” na verdade são, segundo a socióloga Vera Malaguti, estudiosa do assunto, “comerciantes varejistas”. A terminologia traficante serve muitíssimo bem para reforçar a estética da guerra. Quando um jovem negro é morto pela polícia, basta rotulá-lo de “traficante” para que todos nos tranqüilizemos e nos regozijemos, afinal a polícia do Rio de Janeiro é a que mais mata no mundo, mas se estiver matando “traficantes” está tudo bem.
Traficantes são os barões da droga, que se beneficiam da ilegalidade de algumas drogas (enquanto outras –tão ou mais lesivas- são aceitas socialmente) e faturam bilhões de dólares a cada ano. Estes moram em exuberantes coberturas, andam de iate e avião, não de moto-taxi e vans.
A imagem da polícia do BOPE e do exército subindo o morro e afugentando um bando de jovens de armas na mão e cabeças vazias, nos conforta. Isso é a Segurança Pública.
Acredito que segurança é um conceito mais amplo, que envolve saúde, educação, infra-estrutura urbana, lazer, coleta de lixo, saneamento, esporte, emprego, transporte e etc. Segurança Pública é ter uma polícia que não seja parceira do crime, que não alimente o crime. Que não faça parte das milícias que aterrorizam e controlam enormes áreas nos morros cariocas. Segundo a rádio CBN, que cobria o evento, foi encontrado na porta de uma casa no “morro do Alemão” o seguinte recado: “Sr. Policial: saímos cedo pra trabalhar, as crianças ficaram dormindo, é só chamá-las. Por favor, não arrombem a casa! Ass.: os pais”. Um retrato de como a população vê a polícia. O recado na verdade queria dizer: “não arrombem nossa casa, não nos roubem, não matem nossos filhos. Eles não são bandidos!”. Parece que não adiantou muito, pois os relatos de abuso policial, de roubo e de violência se multiplicam. Segurança Pública é, com certeza, tudo menos isso.
Alguns estudiosos vêem a ocupação como a superação de uma fase ultrapassada do modelo de tráfico. O novo modelo é mais politizado, pressupõe a existência de milícias, a representação parlamentar dos verdadeiros traficantes, a internacionalização dos negócios. Numa palavra: a transformação do tráfico em uma verdadeira empresa, a sua profissionalização.
Mas há uma pergunta não respondida: estamos em guerra? Sim e não. A guerra não é contra o tráfico (que aumenta a cada dia). Na Espanha ou em Portugal, que descriminalizaram as droga, o consumo caiu. A guerra no Morro do Alemão é contra a pobreza, é contra aqueles que foram e são marginalizados pelo poder. A guerra é a luta de classes, devidamente travestida de guerra contra o crime. Se não enxergarmos para além do teatro midiático, se não estabelecermos o crivo sociológico dessa disputa não saberemos quem é o inimigo e aí, como diz o indispensável Marcelo Freixo (deputado estadual do PSOL-RJ) essa é uma guerra onde “Não haverá vencedores”.
Fernando Carneiro
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
JATENE GANHOU OU ANA PERDEU? QUEM PERDE MESMO É O POVO!
O que esperar do novo governo?
As eleições de 2010 mostraram que o povo paraense queria mudar. A decepção com o governo petista foi, e é ainda, muito grande. Eleita para mudar a forma de fazer política em nosso estado, Ana Júlia desbancou 12 anos de governo tucano (8 de Almir e 4 de Jatene), mas ficou presa nos emaranhados dos corredores do poder. Na prática se transformou naquilo que jurou combater: um governo refém dos grandes empresários e do grande capital. Sua campanha tinha como mote central o desenvolvimentismo, como se os grandes projetos fossem a saída para a miséria de nosso povo. O Pará é um estado rico, mas de povo pobre. O problema não está na falta de riquezas, mas na inexistência de uma política de redução das desigualdades sociais e econômicas. Mais projetos de grande porte (que em última instância nada mais são que a expressão maior do monopolismo capitalista) podem inclusive agravar o quadro de desigualdade. Para inverter esse modelo seria necessário investir na contra-lógica, seria priorizar o pequeno negócio (rural e urbano) que é responsável pela maioria dos empregos gerados. Ademais seria preciso coragem a apoio popular para implementar a inversão de prioridades e enfrentar a Vale e o agronegócio. Faltou tanto uma como outra coisa no governo petista. O final dessa história conhecemos bem: Ana Júlia perdeu em 94 dos 144 municípios, incluindo em 4 dos 5 maiores colégios eleitorais.
Jatene terá 4 anos para provar que ganhou a eleição. Digo isso porque fica a impressão que o resultado final foi uma opção por rejeitar o atual governo, mais que aprovar a proposta tucana. Em outras palavras parece que foi Ana Júlia quem perdeu, muito mais do que Jatene tenha ganho. Em verdade o melhor cabo eleitoral de Jatene foi, desde o princípio, o pífio governo petista. É duro, mas é a verdade.
A despeito disso Jatene tem uma governança relativamente confortável, pois não deve nada a ninguém, nem mesmo ao PMDB que no 2º turno hipotecou apoio ao tucano-pescador. Seu governo a partir de 2011 deve ser uma reedição de sua gestão anterior, com algumas mudanças superficiais. Um governo da elite para a elite, com um discurso popularesco e embusteiro. Isso porque está no DNA do PSDB sua vocação para excluir o povo e os movimentos sociais organizados de qualquer esfera de decisão. Nem mesmo durante a campanha eleitoral ele acenou com participação do povo nas decisões governamentais. Será um governo de “iluminados”, distante e descrente na força criadora do protagonismo popular. Deve também, como de costume, amaldiçoar a máquina herdada, justificando-se de forma muito semelhante ao que fez Ana Júlia, da falência das finanças do estado. Alguns projetos faraônicos de alta visibilidade e o mais completo desprezo aos investimentos sociais serão outra tônica. Ainda é muito cedo para afirmar (e pode soar como presságio apaixonado), mas creio que em 4 anos o povo estará, mais uma vez, frustrado, descrente e ávido por mudanças.
Campanha do Laço Branco: homens pelo fim da violência
A Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) promove no proximo dia 27 de novembro a Campanha do "Laço Branco: homens pelo fim da Violência", o encontro será no Ver-o-Peso a partir das 9h, com a entrega de laços aos feirantes e visitantes e um arrastão musical.
A Campanha Brasileira do Laço Branco tem por objetivo geral sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento em ações pelo fim de todas as formas de violência contra a mulher, atuando em consonância com as ações dos movimentos de mulheres e de outros movimentos organizados em prol da eqüidade de gênero e justiça social.
Em linhas gerais, desenvolvem estratégias de comunicação voltadas a homens, de diferentes idades e em diferentes contextos, bem como palestras, campanhas comunitárias e distribuição de material alusivo à campanha em atos público. Ajudam também em processos de formulação e monitoramento de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher, na forma de controle social sobre as ações do Estado.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Ana Júlia: uma derrota anunciada
por Fernando Carneiro (*)
O projeto petista de governar o Pará por mais quatro anos não encontrou guarida no voto popular. No confronto eleitoral deste ano, o candidato do PSDB Simão Jatene saiu na vantagem, sendo eleito com 1.860.571 votos (55,74%) dos paraenses enquanto Ana Julia obteve 1.477.279 (44,26%).
Sinais de dificuldades para a reeleição já haviam sido detectados há algum tempo pelo comando petista. A elevada avaliação negativa de seu governo e o forte índice de rejeição tornaram irreversível o quadro desfavorável.
O PT apostou todas as fichas para tentar a sua reeleição. Seu governo torrou milhões em propaganda no rádio, jornais e televisão, como nunca se viu antes na história do Pará. Apresentou-se na disputa com um orçamento milionário, em torno de R$ 40 milhões, a mais cara do país, proporcionalmente falando. Compuseram sua coligação 14 partidos, com o apoio de 78 prefeitos, incluindo o da capital. Obteve o maior tempo de rádio e TV para expor o seu programa eleitoral, além da presença das maiores lideranças de seu partido, entre elas, a força inconteste do presidente Lula. Não pode, portanto, alegar falta de estrutura ou de tempo para expor suas propostas. Ainda assim, viu o seu condomínio ruir ladeira abaixo.
Ana Júlia começou a perder credibilidade quando teve o seu nome associado a escândalos gravíssimos desde o início de seu governo, alguns, com repercussão em nível nacional.
Seu governo foi marcado por fortes crises internas, sem perfil claro no modo de gestão, sem unidade programática, sem identidade. Um consórcio de partidos fisiológicos, conservadores e antipopulares, muito mal resolvidos. Uma junção de interesses e de personagens conhecidos por maus costumes, revestida de desavenças históricas.
Também foi incapaz de promover políticas públicas em favor da maioria explorada. Sem ações efetivas para atender necessidades fundamentais nas áreas da educação, da saúde, da segurança, entre outras. Um governo pífio em realizações. Não possibilitou a criação de canais efetivos de participação popular, ao contrário, reprimiu e criminalizou os movimentos sociais combativos que resolveram lutar por direitos e questionar o seu governo. Ademais não atendeu nem as demandas originadas pelo seu malfadado PTP (Planejamento territorial participativo), uma imitação barata do que foi o Orçamento Participativo e o Congresso da Cidade, que funcionaram no Governo do Povo à época do governo de Edmilson Rodrigues em Belém.
Seu governo frustrou as expectativas de mudança que possibilitaram sua vitória em 2006, quando derrotou doze anos de hegemonia tucana. Ana Júlia e o PT descobriram, da maneira mais dura possível, que não se pode criar expectativas em vão. O povo foi implacável com as falsas promessas.
Não bastasse o horizonte nebuloso, Ana Júlia e seu partido embarcaram numa aventura ainda mais perigosa. Aliaram-se a figuras nefastas da política paraense, tais como o atual prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), o condenado pedófilo e ex deputado Seffer (PP), o ex governador Almir Gabriel, privatistas, responsável pelo massacre de Eldorado do Carajás, entre tantos outros da mesma estirpe e falta de moral. Com o mesmo grau de vulnerabilidade que conseguiram erguer o castelo de alianças em torno de sua candidatura, o viram desmanchar. O resultado foi esse aí, um caminho claro ao retrocesso político no estado. Os princípios que fizeram grande o PT foram jogados na lata do lixo, o único que restou foi o “princípio” de se manter no poder a qualquer custo. Triste epitáfio para quem outrora foi legítimo representante dos anseios populares.
Alguns “analistas” afirmam que a esquerda foi derrotada. Não é verdade. Quem foi derrotado foi esse projeto, não a esquerda paraense. O PSOL, que elegeu uma senadora e o deputado estadual mais votado da história do Pará, além de obter mais de 107 mil votos para o governo (tendo votos em todos os 144 municípios) foi amplamente vitorioso. Tornou-se uma referência inconteste para amplos setores populares.
Agora, caberá aos seus estrategistas de campanha, analisarem seus erros e repensarem seus conceitos. Ao povo e às forças políticas comprometidas com a causa socialista caberá continuar o combate à miséria, à exploração, contra a violação e pela ampliação de direitos. O PT, que tão facilmente se acostumou às artimanhas dos corredores palacianos, vai passar por uma nova prova: reaprender a ser oposição depois de ter sido derrotado pelo voto popular.
Fernando Carneiro é historiador, dirigente do PSOL e foi candidato ao governo do Estado do Pará
Publicado no Ponto de Pauta para o livre debate
O projeto petista de governar o Pará por mais quatro anos não encontrou guarida no voto popular. No confronto eleitoral deste ano, o candidato do PSDB Simão Jatene saiu na vantagem, sendo eleito com 1.860.571 votos (55,74%) dos paraenses enquanto Ana Julia obteve 1.477.279 (44,26%).
Sinais de dificuldades para a reeleição já haviam sido detectados há algum tempo pelo comando petista. A elevada avaliação negativa de seu governo e o forte índice de rejeição tornaram irreversível o quadro desfavorável.
O PT apostou todas as fichas para tentar a sua reeleição. Seu governo torrou milhões em propaganda no rádio, jornais e televisão, como nunca se viu antes na história do Pará. Apresentou-se na disputa com um orçamento milionário, em torno de R$ 40 milhões, a mais cara do país, proporcionalmente falando. Compuseram sua coligação 14 partidos, com o apoio de 78 prefeitos, incluindo o da capital. Obteve o maior tempo de rádio e TV para expor o seu programa eleitoral, além da presença das maiores lideranças de seu partido, entre elas, a força inconteste do presidente Lula. Não pode, portanto, alegar falta de estrutura ou de tempo para expor suas propostas. Ainda assim, viu o seu condomínio ruir ladeira abaixo.
Ana Júlia começou a perder credibilidade quando teve o seu nome associado a escândalos gravíssimos desde o início de seu governo, alguns, com repercussão em nível nacional.
Seu governo foi marcado por fortes crises internas, sem perfil claro no modo de gestão, sem unidade programática, sem identidade. Um consórcio de partidos fisiológicos, conservadores e antipopulares, muito mal resolvidos. Uma junção de interesses e de personagens conhecidos por maus costumes, revestida de desavenças históricas.
Também foi incapaz de promover políticas públicas em favor da maioria explorada. Sem ações efetivas para atender necessidades fundamentais nas áreas da educação, da saúde, da segurança, entre outras. Um governo pífio em realizações. Não possibilitou a criação de canais efetivos de participação popular, ao contrário, reprimiu e criminalizou os movimentos sociais combativos que resolveram lutar por direitos e questionar o seu governo. Ademais não atendeu nem as demandas originadas pelo seu malfadado PTP (Planejamento territorial participativo), uma imitação barata do que foi o Orçamento Participativo e o Congresso da Cidade, que funcionaram no Governo do Povo à época do governo de Edmilson Rodrigues em Belém.
Seu governo frustrou as expectativas de mudança que possibilitaram sua vitória em 2006, quando derrotou doze anos de hegemonia tucana. Ana Júlia e o PT descobriram, da maneira mais dura possível, que não se pode criar expectativas em vão. O povo foi implacável com as falsas promessas.
Não bastasse o horizonte nebuloso, Ana Júlia e seu partido embarcaram numa aventura ainda mais perigosa. Aliaram-se a figuras nefastas da política paraense, tais como o atual prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), o condenado pedófilo e ex deputado Seffer (PP), o ex governador Almir Gabriel, privatistas, responsável pelo massacre de Eldorado do Carajás, entre tantos outros da mesma estirpe e falta de moral. Com o mesmo grau de vulnerabilidade que conseguiram erguer o castelo de alianças em torno de sua candidatura, o viram desmanchar. O resultado foi esse aí, um caminho claro ao retrocesso político no estado. Os princípios que fizeram grande o PT foram jogados na lata do lixo, o único que restou foi o “princípio” de se manter no poder a qualquer custo. Triste epitáfio para quem outrora foi legítimo representante dos anseios populares.
Alguns “analistas” afirmam que a esquerda foi derrotada. Não é verdade. Quem foi derrotado foi esse projeto, não a esquerda paraense. O PSOL, que elegeu uma senadora e o deputado estadual mais votado da história do Pará, além de obter mais de 107 mil votos para o governo (tendo votos em todos os 144 municípios) foi amplamente vitorioso. Tornou-se uma referência inconteste para amplos setores populares.
Agora, caberá aos seus estrategistas de campanha, analisarem seus erros e repensarem seus conceitos. Ao povo e às forças políticas comprometidas com a causa socialista caberá continuar o combate à miséria, à exploração, contra a violação e pela ampliação de direitos. O PT, que tão facilmente se acostumou às artimanhas dos corredores palacianos, vai passar por uma nova prova: reaprender a ser oposição depois de ter sido derrotado pelo voto popular.
Fernando Carneiro é historiador, dirigente do PSOL e foi candidato ao governo do Estado do Pará
Publicado no Ponto de Pauta para o livre debate
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
O PSOL E O 2º TURNO NO PARÁ
Entre Jatene e Ana Júlia o PSOL escolhe ficar ao lado do povo!
SOBRE ELEIÇÕES 2010 E SEGUNDO TURNO *
O Partido Socialismo e Liberdade - Pará (PSOL-PA) sai das eleições de 2010 com duas importantes vitórias: uma eleitoral e outra política. Conseguimos eleger Marinor Brito ao Senado Federal com mais de 727 mil votos. Elegemos ainda Edmilson Rodrigues com mais de 85 mil votos (o deputado estadual mais bem votado da história do Pará). E tivemos mais de 107 mil votos para Fernando Carneiro governador (o terceiro mais bem votado do PSOL nacional em números absolutos e o segundo em termos percentuais). O povo do Pará deu uma inequívoca demonstração de apoio ao projeto socialista do PSOL, e nossos parlamentares e dirigentes saberão honrar esse compromisso, seja no parlamento seja na luta direta do povo. Ao povo do Pará, nosso agradecimento sincero.
Mas além da vitória eleitoral o PSOL comemora uma inquestionável vitória política. Obtivemos votos em todos os 144 municípios do estado, confirmando que nossa presença se fortalece em todo o Pará. Ademais fizemos uma campanha acertada do ponto de vista programático e ideológico. Demonstramos com firmeza e serenidade que havia apenas dois projetos em disputa: um representado pelos candidatos do PSDB, do PT e do PMDB que, a despeito de diferenças pontuais, tem a mesma matriz neoliberal. E outro, representado pelo PSOL que defende a participação e o protagonismo popular, que defende a vida e a floresta e que enfrenta a lógica capitalista que a tudo transforma em mercadoria.
O PSOL paraense, a exemplo do PSOL nacional, sai das eleições reconhecido como alternativa socialista e de esquerda. Sai respeitado pelo povo e com a militância experimentando um profundo sentimento de vitória. Não recebemos apoio de empresários ou capitalistas. O segredo de nossa vitória está na incansável disposição voluntária de nossa bela militância, que venceu todos os desafios impostos por uma disputa marcada pelas campanhas milionárias. Igualmente, nosso resultado deve ser creditado ao trabalho de todos os nossos candidatos e candidatas que souberam superar uma série de dificuldades para levar mais longe a proposta de mudança encarnada pelo PSOL.
O povo quis mudar, mas sabemos que nem sempre os resultados eleitorais expressam o verdadeiro sentimento de mudança. O uso e abuso do poder financeiro e midiático e das máquinas públicas muitas vezes distorcem o resultado. No Pará, como em âmbito nacional, teremos um 2º turno entre o PSDB e o PT. Coerente com nossa campanha, afirmamos: não apoiaremos nenhum dos dois candidatos e avisamos que qualquer que seja o próximo governo, o PSOL seguirá construindo em conjunto com os movimentos sociais um forte movimento de oposição de esquerda e programático, defendendo de maneira firme e decidida os trabalhadores e trabalhadoras de nosso estado e do Brasil, rumo à construção de uma sociedade livre da tirania imposta pelo capital.
O PSOL do Pará, portanto, afirma que não vinculará seu patrimônio político, duramente conquistado ao longo de muitos anos de trabalho, aos palanques de Simão Jatene e de Ana Júlia, posto que, em ambos os casos, não existem identidades programáticas e políticas que justifiquem tal aproximação.
Nesta oportunidade, o PSOL reitera seu antagonismo ao legado de 12 anos de governos do PSDB no Pará, repudiando seu conteúdo privatista, de arrocho e de desmonte dos serviços públicos e de ataques sistemáticos aos movimentos sociais da cidade e do campo. Da mesma forma, o partido faz questão de ressaltar sua firme postura oposicionista – popular e de esquerda – ao governo do PT e de seus aliados conservadores, cujo desempenho resultou na completa frustração das expectativas de mudança criadas na eleição passada.
Finalmente, o PSOL desautoriza a presença de seus filiados e militantes em qualquer das campanhas de 2º turno em nosso estado, alertando para que todos se pautem no mais estrito cumprimento da presente resolução.
Executiva Estadual do PSOL - Pará – Belém, 13 de outubro de 2010.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Pela Ficha Limpa já!!
O manifesto proposto pelo Congresso em Foco cobrando do Supremo Tribunal Federal (STF) um posicionamento imediato sobre a validade ou não da Lei da Ficha Limpa para as eleições deste ano já tem o apoio de mais de 2,6 mil pessoas. Mas esse número ainda vai crescer muito, com a sua participação.
PARA SABER MAIS SOBRE O MANIFESTO CLIQUE AQUI
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Aos que ousam inventar o futuro!
“Caminhos não há, mas os pés na grama os inventarão. Aqui se inicia uma viagem clara para a encantação”. Ferreira Gullar.
Como traduzir em palavras, sentimentos que transbordam que insistem em não caber no significado das definições? Durante mais de dois meses de campanha eleitoral recebi inúmeras manifestações de carinho, de incentivo de apoio sincero e esperançoso. Os programas eleitorais e os debates têm a magia de entrar na casa de milhões de pessoas, e isso é bom. Mas nada substitui a campanha feita corpo a corpo, onde podemos olhar no olho das pessoas e sentir, de forma inequívoca, a vibração de um sentimento imorredouro: a esperança em um futuro melhor.
Nas viagens que fiz pude conhecer ainda mais a dura realidade de nosso povo. Vivemos em um estado lindo e rico, com um fabuloso acervo cultural. Mas infelizmente, a vida cotidiana ainda é cheia de injustiças, de miséria e de violência. Contudo, a tradição cabana corre em nossas veias. Somos guerreiros. Construtores de sonhos e de nosso próprio futuro. Por mais incrível que possa parecer o povo é alegre, forte, cheio de esperança e disposto a mudar.
Fizemos uma campanha limpa, honesta, cheia de dificuldades, mas alegre e coerente. Somos socialistas e como tal sabemos das limitações que uma eleição tem na mudança real das estruturas de uma sociedade alicerçada no capital e no lucro. Mas ousamos desafiar forças poderosas, incomodamos a elite dominante de nosso estado. Mostramos a eles que temos coragem e competência para mudar o nosso destino. E talvez por isso mesmo, por essa empatia com o sentimento popular, tive tantas manifestações de apoio. Lágrimas sinceras de uma gente que, mesmo no sofrimento, sabe que o novo há de vir. Que a mudança está chegando. Histórias de vida que se confundem com a minha própria. Emoções que contagiam a todos, como os casos mais recentes do Seu Bené e da Marisa, que energizaram de forma maravilhosa os últimos dias de campanha e que ficarão para sempre gravados na minha memória.
Espero ter desempenhado bem a tarefa que me foi dada, ter correspondido às expectativas depositadas em mim. Espero ter honrado aos milhares de militantes e apoiadores do PSOL que de forma voluntária e aguerrida se dedicaram diuturnamente à nossa campanha. Seria deselegante citar nomes, por isso agradeço a todos que estiveram conosco nessa caminhada. Mas penso que um agradecimento não pode deixar de ser feito: aos meus filhos, Renan e André, que estiveram ao meu lado, apoiando e participando dessa jornada.
Com o coração cheio de ternura e emoção abraço cada um e cada uma que acreditou nesse sonho e que se dedicou a, como diz o poeta, “inventar” caminhos pela grama de nossa história. Um forte abraço e até a vitória!
Fernando Carneiro!
sábado, 2 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
O povo pede mudança!!! O povo pede Fernando Carneiro no Governo do Pará
Ontem uma manifestação de carinho e apreço da funcionária pública Marisa Oliveira, moradora do bairro do Marco, recarregou nossas forças. Marisa expontaneamente entrou em contato com Fernando Carneiro, e externou sua confiança, apoio e segurança no PSOL. Assim como Marisa muitas pessoas por onde passamos, expressam alegria em terem como opção um candidato ficha limpa.
Abaixo a mensagem de Marisa e sua família.
" Antes de tudo, gostaría de dizer que sou evangélica, trabalhei na política o que me causou grande decepção e total descrença com a política, mas como sou do pensamento que devemos dar sempre uma segunda chance, acabo eu e minha família, assistindo aos debates para poder formar uma opinião, já que para minha família e amigos minha opinião influência muito, e quando lhe vejo nos debates, sinceramente gosto do que vejo, o Sr. com todo o meu respeito, transmite segurança, seriedade, amor a pátria e o mais importante, comprometimento com o povo. Queria lhe dizer que pode contar com o meu voto e de minha família!
Peço a Deus que lhe dê essa oportunidade, e mais ainda, queria dizer que conquistou nossos votos que são 30 só na família.
Deus lhe abençoe e boa sorte!
Marisa Oliveira e Família.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Eleições - Carneiro, a surpresa do debate
Favorecido pela confortável condição de metralhadora giratória, vantagem que ele soube explorar ao se revelar persuasivo, evitando resvalar para o sectarismo, Fernando Carneiro (foto), do PSol, se constituiu na grata surpresa do debate reunindo os candidatos a governador do Pará. Promovido pela Rede Globo de Televisão, da qual é afiliada no Estado a TV Liberal, do debate participaram ainda a governadora petista Ana Júlia Carepa, candidata à reeleição, o ex-governador tucano Simão Jatene, e o deputado Domingos Juvenil, presidente da Assembléia Legislativa e candidato ao governo pelo PMDB.
Fernando Carneiro se saiu tão bem, mas tão bem, que chegou a irritar o aparentemente sereno Simão Jatene, que pretendeu interrompê-lo, quando o candidato do PSol estava com a palavra. Por isso, o candidato do PSDB acabou amargando uma constrangedora admoestação pública, humilhante para um homem sexagenário e que ainda ostenta o status de ex-governador. “Não me interrompa, que eu estou com a palavra. Vá desrespeitar o PT, mas não a mim, porque eu não vou admitir”, disparou Carneiro, em tom incisivo, mas sem grito.
Articulado, sereno, porém seguro em suas críticas, que vão do PSDB ao PT, passando pelo PMDB, Fernando Carneiro manteve a postura e compostura que se espera de um aspirante ao governo, passando ao largo do piti, habitualmente tão a gosto dos radicais. De tão seguro que se revelou, ele conseguiu minimizar seu maior senão como orador, que é a voz fina.
Fonte:
Blog do Barata
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Mônica Soares no debate da Radio Liberal CBN
A candidata a vice governadora do Estado do Pará pelo PSOL Mônica Soares, esteve hoje pela manhã no debate da Rádio Liberal CBN Belém, juntamente com os demais candidatos. Mônica mostrou-se confiante e preparada pa junto com Fernando Carneiro assumir o governo do Pará no dia 1º de Janeiro de 2011.
É o Pará caminhando para mudança. É o Pará caminhando com o PSOL!
VOTE PSOL! VOTE 50!
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Encontro de Mulheres do PSOL!
Hoje (24/09) o nosso sol será lilás. E como será. É que as mulheres do PSOL realizarão um grande encontro em Belém. Será o “Sol Lilás - Encontro de Mulheres do PSoL pela verdadeira mudança!"
Neste encontro, as candidaturas do PSoL estarão presentes. Estará presente também a nossa militância aguerrida. A força que se movimenta para transforma o mal e a tristeza em claridade e em felicidade como diria Rosa Luxemburg. “"Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem". Então vamos lá.
Local: Clube Monte Líbano - Av. Alte. Barroso - 152 - São Brás
Hora: a partir das 18h.
Neste encontro, as candidaturas do PSoL estarão presentes. Estará presente também a nossa militância aguerrida. A força que se movimenta para transforma o mal e a tristeza em claridade e em felicidade como diria Rosa Luxemburg. “"Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem". Então vamos lá.
Local: Clube Monte Líbano - Av. Alte. Barroso - 152 - São Brás
Hora: a partir das 18h.
A caravana do PSOL em Breves na Ilha do Marajó
Ontem foi a vez do município de Breves no Marajó receberem a caravana do PSOL, que contou com Fernando Carneiro, Marinor Brito, Fabrício, Jorge Cley e Edmilson Rodrigues, além, é claro, da militância aguerrida do PSOL Marajoara.
A atividade foi intensa na região. De manhã conversa com militância, depois caminhada pelo centro comercial e na feira, em seguida, almoço com lideranças sindicais e populares. A tarde caminhada em bairros populares e uma certeza: o PSOL se consolida como alternativa real de poder em todo o estado. Lembrando que o marajó é uma das regiões com menor IDH (índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, as carências são muitas: saneamento, água, urbanização, saúde (aliás várias denúncias de favorecimento na contratação para o funcionamento do Hospital regional, devido a inexistência de concurso público para preenchimento das vagas, lembramos ainda, que o Hospital a ser administrado por uma OS (Organização Social) ligada à família de um ex-deputado condenado por pedofilia.
Diante de tudo isso ainda temos duvida que o PSOL é a alternativa?
Nem o passado como era, nem o presente como está!
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Estudantes da UFRA debatem temas diversos com Fernando Carneiro
O encontro organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Rural da Amazônia (UFRA) na tarde ontem (22/09), reuniu vários estudantes interessados em conhecer um pouco mais das propostas dos candidatos ao governo do Pará. Como tem acontecido nos debates com estudantes do ensino superior, os candidatos do PSDB, PT e PMDB não compareceram, mostrando assim, total desrespeito com a classe estudantil.
"Meus verdadeiros inimigos infelizmente não estão aqui hoje", concluiu.
O PSOL segue junto com a juventude!
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
A Rádio Unama FM recebeu Fernando Carneiro de braços abertos
Ontem (22/09) a Rádio Unama FM teve a oportunidade de receber Fernando Carneiro no programa Jornal 30 Minutos. Fernando respondeu perguntas de professores e alunos da instituição sobre violência e educação, e mais uma vez firmou compromisso com a verdade e justiça para governar o Estado do Pará.
VOTE 50!
VOTE PSOL!
Fernando Carneiro em entrevista a Radio Liberal CBN
Hoje pela manhã o candidato Fernando Carneiro que concorre a uma vaga no governo do Estado, foi entrevistado por Cleiton Cezar e Santino Soares da Rádio Liberal CBN Belém. Na entrevista Fernando falou do compromisso com o povo do Pará em não fazer alianças políticas com candidatos corruptos."Não subo em palanque com Duciomar Costa, Jader Barbalho e nenhum candidato corrupto", enfatizou.
O Movimento Social foi outro ponto abordado por Carneiro, que defende o não enfrentamento com estudantes e trabalhadores, o PSOL é aliado do povo, e não abre mão do respeito pelo cidadão. Essa é a responsabilidade do Partido Socialismo e Liberdade. Essa é a responsabilidade de quem vai governar o Pará de maneira transparente.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Rádio Boas Novas recebe Fernando Carneiro
A Rádio evangélica Boas Novas AM/FM recebeu nesta terça-feira (21/09), o candidato ao Governo do Pará, Fernando Carneiro no programa "Conheça as propostas de seu candidato". O programa tem o objetivo de mostrar a população local quais as propostas dos candidatos do Pará. A apresentadora do programa Andréa Cunha mediou a entrevista que teve participação dos ouvintes pelo telefone e email. O povo evangélico teve a oportunidade de conhecer um pouco mais da história de luta e conquista de Carneiro, que luta desde os 14 anos de idade contra a velha política enraizada no nosso Estado, que agora tem a opção para mudar o cenário caótico do Pará.
Para mudar a história de Belém e do Pará, vote 50!
Vote Fernando Carneiro!
Fernando Carneiro no debate da TV Record
Mais um debate. Mais uma confirmação da opção de mudança que o Pará dispõe.
Ontem (20/09)Fernando Carneiro no debate da TV Record discutiu propostas de seu governo e criticou o atual. Dentre os questionamentos estiveram temas como: Educação, Saúde, Saneamento Básico e Belo Monte, e claro, Fernando não deixou a desejar. Em seu discurso consistente, honesto e comprometido com a verdade, mostrou à população o novo modelo que o PSOL representa, um novo partido contra a velha política.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Fernando Carneiro participa de mais um debate na TV
Hoje, 20/09 às 23h pela TV Record mais um debate entre os candidatos ao governo bate a porta do PSOL. Fernando Carneiro apresentará as propostas do seu programa de governo à população paraense. É hora de analisarmos as propostas do PSOL e decidimos pela mudança já!
Nada é impossível de mudar. PSOL é a escolha. Vote PSOL. Vote 50!
domingo, 19 de setembro de 2010
Em Cametá Fernando Carneiro apresentou as propostas do PSOL
Caminhada na feira, café da manhã com educadores, almoço com lideranças populares,palestra sobre educação, Círio local e entrevistas para rádio e TV, assim foi registrada a presença de Fernando Carneiro em Cametá. Carneiro fez corpo a corpo com moradores e ouviu com atenção cada um, isso por que o PSOL se preocupa com o povo.
Pra vê a mudança acontecer é só votar no PSOL!
PSOL 50!
sábado, 18 de setembro de 2010
Caravana do PSOL visita Castanhal e Bragança
O candidato do PSOL ao Governo do Estado, Fernando Carneiro, visitou nesta sexta-feira, 17, os municípios de Castanhal e Bragança, no Nordeste do Estado. Acompanhado da candidata a Deputada Estadual Araceli Lemos,os candidatos a Deputado Federal Antônio Maués e Beto Andrade, Carneiro reuniu com lideranças políticas e afirmou que a candidatura do PSOL é a única que combate à corrupção e "não tem rabo preso com corruptos e pedófilos".
Em Castanhal, Carneiro ganhou novas adesões a sua candidatura e reuniu com lideranças políticas. Depois, o candidato partiu para a cidade de Bragança, onde visitou a sede do município e as comunidades de Vila do Meio e Ajuruteua. Nestes locais, Fernando conversou com conselheiros tutelares e defendeu, firmemente, o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. “Vamos fortalecer e ampliar as campanhas estaduais de combate ao trabalho infantil, ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e ao tráfico de pessoas”, garantiu.
Para isso, Carneiro assumiu o compromisso de efetivar políticas estratégicas voltadas à crianças e adolescentes, em conjunto com as famílias e articuladas com as políticas de infra-estrutura, assistência social, educação, cultura e lazer, saúde, trabalho e renda e a rede sócio-assistencial.
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